Por Marlene Marchiori e Débora Ninin
Com a sociedade em constante mudança, evidenciam-se mudanças, também, na forma de compreender as organizações. Organizações são “organismos vivos” (MORGAN, 1996), o que significa interpretá-las em uma dimensão social que envolve interlocutores que constroem significados coletivamente por meio das conversações. Esses contextos contemporâneos são fomentadores dos processos interacionais. São relacionamentos intensos entre os diferentes sujeitos. São também diálogos que ampliam a capacidade de conhecimento das organizações e que geram mudanças.
A interação nas organizações ocorre de maneira complexa, espontânea e motivada por inspirações individuais (OLIVEIRA; PAULA, 2010). Pessoas em interação influenciam-se mutuamente e aprendem a construir contextos sócio-históricos de forma coletiva. Esse olhar permite compreender organizações como realidades interacionais que se instituem nas dinâmicas que ocorrem entre os sujeitos, emergindo contextos com sentido. Assim, os processos são instaurados e reinstaurados nas conversações que acontecem naturalmente nesses ambientes. Essa abordagem interacional certamente modifica a visão das organizações as quais saem da posição de enunciadoras.
Evidencia-se, portanto, que processos interacionais são mais que um elemento das organizações (MARCHIORI; CONTANI, 2012). São eles construtores de relações e produtores de sentido nesses contextos. Pode-se afirmar que as organizações “emergem da comunicação” (TAYLOR; CASALI, 2010), sendo comunicação compreendida como atos de interação (VAREY, 2006 apud MARCHIORI, 2010). Dessa forma, a interação é condição necessária para a existência organizacional (COOREN, 2006) e pode ser compreendida como o espaço que amplia os movimentos organizacionais e o equilíbrio nas relações com diferentes stakeholders, pois seus interlocutores, ao interagirem, ao compreenderem o valor do diálogo, adotam essa postura como estratégia em todos os relacionamentos.
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Marlene Marchiori, pesquisadora líder e Débora Ninin, iniciação científica do GEFACESCOM.
Referências
OLIVEIRA, Ivone de Lourdes; PAULA, Maria Aparecida de. Interações no ambiente interno das organizações: implicações da complexidade. In: MARCHIORI, Marlene (Org.) Comunicação e organização: reflexões, processos e práticas. São Caetano do Sul: Difusão, 2010.
MARCHIORI, Marlene (Org.). Comunicação e Organização: Reflexões, Processos e Práticas. São Caetano: Difusão Editora, 2010.
MARCHIORI, Marlene; CONTANI, Miguel. Abrangência e Limites de Interação e Relacionamento entre Participantes de uma Organização Não-Governamental.ABRAPCORP, 2012.
MORGAN, Gareth. Imagens da organização. São Paulo: Atlas, 1996TAYLOR, J.; CASALI, A. Comunicação: o olhar da “Escola de Montreal” sobre o fenômeno organizacional. In:
MARCHIORI, M. (Org.). Comunicação e Organização: reflexões, processos e práticas. São Caetano do Sul: Difusão Editora.
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